Hesitei bastante antes de escrever sobre este assunto, pois sei que é um tema polêmico e que costuma gerar muita discussão. Minha intenção não é desrespeitar ninguém, mas sim compartilhar a minha própria perspectiva e experiência.

         Tópicos:

  • Berço Evangélico: Minhas primeiras vivências e ensinamentos religiosos.

  • Primeira Vez Fora da Igreja: O período em que me afastei do ambiente religioso.

  • Ida para a Igreja Católica: A experiência de frequentar e me envolver com uma nova fé.

  • Retorno ao Evangelho: A volta às minhas raízes evangélicas.

  • Saída: Os motivos e o processo que me levaram a um novo afastamento ou mudança de perspectiva.

           
Berço Evangélico:

Cresci imerso no ambiente evangélico, frequentando duas denominações distintas: a Assembleia de Deus e a Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R. R. Soares. Minha presença nesses locais era fortemente incentivada pela minha avó e por minha mãe.

Com o tempo, desenvolvi um desejo profundo de pregar a palavra de Deus. Por intermédio da minha avó, tive a oportunidade de falar por alguns minutos no altar da igreja que ela frequentava. Um versículo que eu amava citar, um salmo que dizia "o Senhor é meu pastor e nada me faltará"

A vontade de pregar era tão grande que comecei a pregar nos mini-cultos que minha avó realizava em casa.

O livro do Apocalipse era o que mais me fascinava, alimentando em mim um forte desejo de me tornar pastor. Sim, meus amigos, eu realmente queria ser pastor.

Tudo isso que estou contando durou até os meus 13 anos de idade. Por volta do início de 2019, decidi me afastar da igreja. Minha saída foi motivada por discordâncias com algumas práticas, como a cobrança do dízimo.


Primeira Vez Fora da Igreja:

Dos meus 13 aos 17 anos, eu me tornei um ferrenho defensor da ideia de que não se precisa de um templo para adorar a Deus. Eu era um crítico severo do dízimo e do sistema religioso. Inclusive, antes de ter o blog Alisson Davi, tive outros sites, e um deles foi a extinta,  TV4, que antes de ser  uma plataforma de vídeos, começou como um espaço onde eu abordava essas questões.

Falava abertamente contra igrejas como a Universal, a Graça, a Mundial e a Plenitude, criticando-as e publicando vídeos a respeito. Essa fase durou até que, por influência de uma professora, decidi explorar uma nova religião.


Ida para a Igreja Católica:

Aos 17 anos, minha curiosidade me levou a explorar temas como espíritos e reencarnação. Essas eram questões que ressoavam com algumas experiências que tive na infância. Uma professora, percebendo meu interesse, me disse que a Igreja Católica abordava esses assuntos, e foi assim que decidi dar uma chance.

Eu ia à igreja todas as manhãs, participava das aulas e cheguei perto de completar o crisma. No entanto, eu simplesmente não conseguia me sentir à vontade. Achava estranho orar para um objeto, e a estátua de Maria me parecia apenas gesso, não algo capaz de fazer milagres. Peço perdão se minhas palavras ofendem alguém; essa não é a minha intenção.

Foi nessa época que conheci Camila, a mãe do meu afilhado. Uma curiosidade: eu, ela e a Giulia éramos a "turma do fundão" da igreja. Hoje em dia, Camila continua católica, eu não tenho religião e Giulia seguiu para a Umbanda.

 Com o tempo, fui desanimando e decidi sair da Igreja Católica.


Retorno ao Evangelho:

Em 2024, por intermédio da minha mãe, voltei a frequentar a igreja evangélica, dessa vez focando apenas na Igreja Internacional da Graça de Deus. Naquela época, eu já havia abandonado o blog e deixado de lado o radicalismo.

Foi um período de grande aproximação com Deus. Eu ouvia muitos louvores, e meu terceiro álbum musical chegou a incluir músicas desse gênero. Passei a orar intensamente, dedicava R$ 100 ao dízimo e outras contribuições. Esse foi o momento em que me senti mais próximo de Jesus, tratando-o como um verdadeiro amigo. Antes de dormir, eu lhe contava sobre o meu dia e as minhas angústias. Estava vivendo um momento verdadeiramente mágico.

Saída:

Foi então que me encantei por uma moça muito bonita e passei a orar ainda mais, pedindo a Deus que me ajudasse a namorar com ela e ter um relacionamento. As coisas pareciam dar certo, e eu sentia como se Deus estivesse me autorizando. No entanto, não ocorreu o que eu esperava.

Nesse momento, me revoltei. Larguei a igreja, me decepcionei com Deus e decidi não pisar mais em um templo, sentindo-me traído. Poxa, como Ele me apresenta uma pessoa, aumenta minha expectativa e, no final, eu me dou mal? Com isso, passei a me dedicar à música e aos meus objetivos pessoais.

Hoje, eu acredito em Deus, mas não sou um jovem religioso. Não me considero evangélico, mas sim uma pessoa que tem fé em algo sobrenatural. Respeito Jesus; para mim, Ele foi um grande homem e deixou grandes ensinamentos, e eu sempre procuro praticar um deles: "amar o próximo como a ti mesmo."

Mas Alisson, você ainda tem "raiva" de Deus? Não, apenas não tenho mais aquela "coisa" religiosa que tinha antes. Hoje, faço o que me faz bem: trabalho, escrevo bastante, faço muitas composições, escrevo para este blog e visito exposições, algo que amo fazer e, inclusive, pretendo escrever um post sobre isso.

Voltar para a igreja? Não tenho vontade, mas é lógico que às vezes penso em Deus. Sempre tem um amigo cristão que fala Dele para mim, e eu ouço. Agradeço quando oram por mim e hoje vivo assim. Recentemente, conversei sobre isso com uma amiga que disse que, se eu não voltasse, iria para o inferno. Mas, sinceramente, nem vou responder...

Tenho me interessado um pouco pelo espiritismo, mas não a ponto de trocar de religião; é mais um estudo. Acho algumas coisas bem interessantes, e até uma outra amiga me contou que eu seria uma reencarnação, e por isso me sentia como se tivesse mais idade.

Bom, é isso, meus queridos. Até a próxima!


                                    Esta foto é da época em que eu frequentava a Assembleia.